A saúde ocular dos seus filhos: dicas de oftalmologista
- catianoronha
- 20 de fev. de 2015
- 3 min de leitura
Hoje levei minha caçula na consulta de rotina com a pediatra e saímos de lá com uma solicitação de visita ao oftalmologista. Alguns podem achar um tanto quanto precoce (minha filha tem 1 ano), mas saibam que é muito importante esse controle da saúde ocular das crianças. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 10 casos de perda de visão, oito poderiam ser evitados se tivessem sido detectados precocemente!
Ainda na maternidade, os recém-nascidos passam pelos primeiros testes, como o caso do “Teste do Olhinho”, recomendando pelo Ministério da Saúde nas primeiras 24 horas de vida do bebê. Porém, ainda não é um teste obrigatório em todo o país. O teste do olhinho é rápido, indolor e não necessita de colírio. Nele, uma fonte de luz é direcionada ao olho do bebê a uma distância de 20 centímetros, que deve refletir um tom vermelho semelhante ao observado em fotografias com flash. Caso a cor seja opaca, branca ou amarelada, significa que o recém-nascido possui alguma patologia e que deve ser tratada.
Só que depois que a gente “passa” no Teste do Olhinho, a gente relaxa e esquece (CONFESSO: nem me lembro se meus filhos realizaram esse teste na maternidade). Um erro! Muitos pais não sabem, mas os bebês estão sujeitos a diversas doenças visuais, como retinopatia, ambliopia, estrabismo, obstrução do canal lacrimal, conjuntivite, miopia, astigmatismo, etc. Segundo o oftalmologista Richard Yudi Hida, um dos maiores cirurgiões oculares reconhecido mundialmente e chefe do Setor de Catarata do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo, o ideal é que a primeira consulta a um especialista aconteça ainda nos primeiros meses de vida para detectar tais doenças. ”A maioria dos problemas nos olhos pode ser percebidas desde muito cedo e, quanto mais rápido o tratamento for iniciado, maiores serão as probabilidades de cura ou correção da patologia”, explica. membro do Grupo de Estudo em Superfície Ocular do Departamento de Oftalmologia da Universidade de São Paulo (USP).
Temos que estar sempre atentos a quaisquer sinais estranhos nos olhos dos bebês, como lacrimejamento constante, coloração fora do normal, inchaço e secreção. No caso da minha filha, não existe nenhum sintoma… a visita ao oftalmo será apenas para controle e desencargo de consciência. Já com meu filho mais velho, tivemos que ir ao especialista quando ele tinha menos de 1 mês, pois seus olhinhos lacrimejavam bastante, o tempo todo! Foi diagnosticado obstrução do canal lacrimal e uma massagem ensinada pela médica resolveu o problema. Depois, voltamos quando ele completou 1 ano para consulta de rotina.
Na infância, também é importante estarmos alertas com a visão das crianças e o andamento no aprendizado na escola é um ótimo termômetro: “Se a criança se queixar com frequentes dores de cabeça após as aulas e dificuldade em enxergar longe, é possível que tenha sido acometido por alguma doença visual”, adverte Dr. Hida. “Apertar os olhos para enxergar, aproximar-se muito da televisão, coceira, caspas nos cílios e lacrimejamento excessivo são fortes evidências de que há algo errado”, completa.
SINAIS DE ALERTA
• Lacrimejamento excessivo mesmo sem choro – o ponto lacrimal por onde passa a lágrima pode estar fechado quando o bebê ainda é recém-nascido. A maioria dos casos se resolve espontaneamente ou com massagens especiais. Alguns casos necessitam de cirurgia.
• Vermelhidão – os olhos vermelhos indicam irritação, inflamação ou infecção na superfície ou dentro do olho. Exame mais específico é necessário para esclarecer a causa.
• Não conseguir seguir objetos com os olhos – após alguns meses de vida, os bebês já conseguem seguir objetos coloridos e pessoas com os olhos (sem fazer estímulo sonoro). A falta desta habilidade pode ser um problema.
• Dor de cabeça – se a criança se queixar frequentemente de dores de cabeça após a aula ou durante a lição de casa, é importante investigar as causas.
• Proximidade da TV – crianças que se sentam muito próximas à televisão ou qualquer objeto acima de 6 metros, podem ser míopes.
• Olho “apertado” – apertar um dos olhos é sinal de que a criança não está enxergando bem e pode estar sofrendo de ambliopia, ou seja, deficiência no desenvolvimento visual de um ou de ambos os olhos.
• Coceira – um dos principais sinais de que pode haver uma patologia. Pode ser oriunda de algum problema de visão ou a popular conjuntivite aguda ou crônica.
• Leitura – o fato de se perder no texto durante a leitura pode ser um sinal de alguma deficiência nos olhos.
• Sensibilidade à luz – crianças com sensibilidade excessiva em ambientes iluminados ou sob a luz solar podem ter alguma doença nos olhos.
• Histórico familiar – muitas doenças são hereditárias, por isso é importante levantar o histórico familiar para saber se alguém já foi acometido por alguma patologia ocular.
Cátia Noronha
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