Meu relato - Semana Mundial do Aleitamento Materno
- Cátia Noronha
- 5 de ago. de 2015
- 4 min de leitura
Entre os dias 1 e 7 de agosto é celebrada a Semana Mundial do Aleitamento Materno em mais de 150 países, segundo o Ministério da Saúde. A data foi criada pela World Alliance for Breastfeeding Action (WABA) para fortalecer a mobilização social para a importância da amamentação. No Brasil, a Semana Mundial da Amamentação é comemorada desde 1992.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam que as crianças sejam alimentadas exclusivamente com leite materno nos primeiros seis meses de vida e que, a partir de então, a amamentação seja mantida por dois anos ou mais, juntamente com alimentos complementares adequados.
Cada mãe tem a sua história e, por isso, vou compartilhar a minha! Amamentei meu filho mais velho até 1 ano e 1 mês. No primeiro dia em casa foi MUITO difícil, meu leite empedrou e ele não conseguia mais pegar o peito, como havia conseguido na maternidade. Só que eu nem sabia que meu leite estava empedrado, não entendia nada o que estava acontecendo. Só sei que aquele bebezico chorava muito de fome, meio peito tão duro que não saía leite (o leite desceu na maternidade), eu ficando desesperada e aquele calorão de dezembro não ajudava em nada rs.
Lembro perfeitamente o caos daquele domingo! Meu pai e minha madrasta foram em casa para me ajudar, pois a esposa do meu pai passou por uma situação bem parecida 1 ano antes (tenho uma irmã de 5 anos). Foi ela quem me explicou que meu leite estava empedrado. Minha irmã mais velha chegou para me ajudar a organizar minha casa. Eu, com cara de acabada, totalmente descabelada, andando feito barata tonta. Minha irmã me deu um chacoalhão nessa hora e me disse: antes de mais nada, vai lavar esse rosto e pentear o cabelo, você está horrível! hahah Podia parecer a coisa mais “fútil” para o momento, mas foi exatamente o que me acalmou! Respira!
Enquanto meu marido saía para comprar uma bomba de tirar leite (foi na Alo Bebê, que abre aos domingos, ufa!), eu fazia a ordenha manual mesmo… cheguei a dar leite pro meu filho de colherinha! No final das contas não me dei muito bem com a bomba.
No dia seguinte fui à minha obstetra desesperada! E então ela e a minha mãe sugeriram usar o bico de silicone. Passamos na farmácia e escolhi aleatoriamente o da MAM. Quando cheguei em casa, coloquei esse bico de silicone e foi a salvação… eu praticamente ouvi cantos gregorianos na hora, tamanho “milagre” hahah! Meu filho conseguiu, finalmente, mamar e saciar a fome! Nem preciso dizer, né, adotei o bico! Usei até os 4 meses mais ou menos. A parte ruim é que quando começamos a sair de casa com ele, eu tinha que levar o bico de silicone pra cima e pra baixo. Fui tirando o bico de silicone aos poucos e, então, entramos em perfeita harmonia. E isso durou até depois de seu primeiro aninho! Meu filho sempre esteve acima da média na curva de peso… ele era o próprio boneco Michelin e as pessoas nem acreditavam que era só leite materno! Vou te falar que amamentar até depois de 1 ano foi o meu maior orgulho!

Não tinha tempo ruim, eu amamentava em qualquer lugar! Nesta foto, tínhamos ido à exposição do fotógrafo Bob Gruen no Parque do Ibirapuera e meu filho estava com 3 meses
Já com a minha filha mais nova a história foi bem diferente! Não sei se tem a ver, mas assim que o Teodoro nasceu, mesmo de cesárea, nos deixaram uns 15 minutos a sós na sala de cirurgia: meu filho, meu marido e eu. Até apagaram algumas luzes, deixando apenas uma luz ambiente. Antes de sair, a enfermeira me orientou a colocá-lo no meu peito...E, com apenas 15 minutos de vida, meu filho já tentava sugar. Com a caçulinha, eu bem que tentei! Pedi pra deixarem minha filha comigo mais um pouco, mas foi em vão. A maternidade naquele dia estava um caos (particular, uma das mais bem conceituadas de São Paulo, e a mesma do meu primeiro filho)! Não tinha quarto pra ninguém, a sala de recuperação LO-TA-DA, com mães exaustas exigindo o direito de amamentar o seu filho (para algumas que estavam lá, já se passavam mais de 7 horas do parto e nada de ver o bebê e nada de sair da sala de recuperação). Gente...imaginem a vibe dessa sala de recuperação! Quando entrei na maternidade eu já sabia como estava a situação. Por isso fiquei com o celular o tempo todo na mão para não perder o contato com meu marido. Foi desesperador!
Enfim, quando finalmente tive minha pitica nos braços de novo, eu estava mais tranquila. Apesar de ter experiência na amamentação, a pega dela não foi fácil também. Nos dias seguintes, quando o leite desceu, eu já sabia o que estava por vir, já sentia quando meu peito estava ficando muito cheio e então eu fazia a massagem para não empedrar. Sem dúvida, a minha experiência anterior me ajudou muito! Antes da minha filha nascer eu já tinha comprado o bico de silicone… eu não iria passar por apuros novamente! E, de fato, usei o bico.
Só que nas consultas com a pediatra ela não estava ganhando peso adequadamente. Mamava, mamava e nada. Tomei chá da mamãe, homeopatia, mas não quis tomar o tal do antidepressivo que, entre os efeitos colaterais, estava o aumento da produção de leite. Nessa hora preferi recorrer à fórmula como complemento e, aos poucos, ela foi largando o peito. Amamentei minha filha até quase 3 meses. Tenho certeza que foram meses que fizeram muito bem para ela! Eu queria amamentar até 1 ano, como foi com o mais velho? Queria! Mas também vi que não adiantava me culpar ou ficar chateada… fui até onde consegui! E por isso, ter amamentado a minha filha até os 3 meses é o meu maior orgulho também!
Neste ano, o tema da campanha da Semana Mundial do Aleitamento Materno é a mãe trabalhadora que amamenta. Nossa, tenho a maior admiração por quem trabalha fora e amamenta! Porque se em casa foi difícil, nem imagino como é para quem ainda enfrenta a rotina de trabalho diariamente.
Para saber mais sobre amamentação e sobre a Semana Mundial do Aleitamento Materno, confiram o blog do Ministério da Saúde.
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